Quem decidiu viver essa experiência foi o universitário Jorge Barroso de Fortaleza que escolheu nada mais e nada menos que a Walt Disney World Resort para trabalhar. Veja a entrevista que o Viva Disney e Orlando fez com ele.
Viva Disney e Orlando: Conte quando surgiu a ideia de trabalhar na Disney e por qual motivo?
Jorge Barroso: Desde pequeno eu tinha o sonho de conhecer WDWR (Walt Disney World Resort), mas era um daqueles sonhos que a gente categoriza como “impossível” e se conforma com isso. Só depois de adulto tive a oportunidade de realizar esse sonho, e acho que isso deixou a minha relação com a Disney ser ainda mais especial.
Atualmente estudo Jornalismo, mas já sou formado em Publicidade e Propaganda, e durante o meu primeiro curso, conheci um cara que estava indo participar do Disney’s International College Program, um programa de intercâmbio onde universitários trabalham na Disney durante as férias, hoje chamado de Disney’s College Exchange Program. Acompanhei as fotos da experiência dele através das redes sociais, me informei sobre o programa e surgiu a vontade de participar também. Mas tinha um problema, para participar do intercâmbio é preciso ter inglês fluente, e na época meu nível de inglês era bem básico. O que eu fiz? Coloquei esse intercâmbio na categoria de “sonho impossível” e lá ele ficou por alguns anos.
Em 2010 tive a chance de viajar para Nova York, foi uma viagem maravilhosa, e a minha primeira vez no exterior. Ela serviu para eu perceber o quanto a minha visão do mundo era pequena até aquele momento, como na verdade o mundo é grande, rico em diferenças e em oportunidades. Voltei decidido a aprender inglês e a planejar minha próxima viagem que já teria destino certo: Disney!
Pouco tempo depois lá estava eu na minha primeira visita a WDWR. Tudo exatamente como eu sonhei por todos esses anos. Cada atração, cada show, cada personagem que eu encontrava... Enfim, meu pensamento era um só: quero voltar!
Já na minha segunda viagem não bastava ser um Guest, eu queria fazer parte daquilo tudo, ser um Cast Member e conhecer os bastidores que só eles têm acesso. Foi então que lembrei de que até pouco tempo atrás, estar na Disney era um sonho e eu já estava na minha segunda visita. Já era hora de tirar o meu sonho do intercâmbio da categoria de “impossível” e torná-lo realidade.
Hoje eu vejo que mais que o sonho de ser um Cast Member, trabalhar na Disney foi um importante passo profissional. Fiz parte da mais importante empresa de entretenimento do mundo e referência em qualidade de atendimento ao cliente.
Viva Disney e Orlando: Você deve ter vivido incríveis experiências, conte algumas que se destacaram.
Jorge Barroso: O trabalho era muito puxado, exigia bastante esforço físico e sabedoria para lidar com as diferenças culturais tanto dos Cast Members como dos Guests. Mas bastava olhar em volta para lembrar que eu estava na Disney e tudo ficava um pouco mais mágico. Nunca vou esquecer o meu primeiro dia na Disney University, uma espécie de universidade corporativa onde todos os novos Cast Members recebem seu primeiro treinamento. Foi nesse dia que conheci os bastidores do Magic Kindgom (os famosos túneis) e recebi a minha nametag. Ver o meu nome, o nome da minha cidade e do meu país em uma nametag da Disney foi uma sensação de orgulho incrível!
Trabalhar no dia de natal também foi muito especial. Ganhei um doce de uma Guest acompanhado de um carinhoso “merry christmas”, achei um ato tão gentil e me deixou ainda mais estimulado a fazer o meu melhor naquele dia.No período em que trabalhei lá, quando anoitecia acontecia um show no qual a Elsa (do filme Frozen) congelava o castelo da Cinderella e começava a cair uma neve cenográfica no parque. Uma menina veio correndo até a mim e me perguntou se aquele gelo no castelo e a neve eram de verdade. Confirmei que sim e conversamos um pouco sobre o poder que a Elsa tem de congelar qualquer coisa, ela começou a gritar de felicidade porque estava nevando. A mãe vendo a sua filha feliz veio me agradecer por não ter quebrado a magia daquele momento tão especial para ela.
Outro caso foi quando eu estava trabalhando em um restaurante e vi um casal tentando convencer seu filho a comer algo, mas ele não queria nada. Pedi licença, mostrei o cardápio para ele e falei sobre o macarrão no formato de Mickey que era uma delícia, e que se ele comesse eu teria surpresa para ele. O olhar dele para mim foi muito marcante, com os olhos ele falou “ok, vou confiar em você e experimentou o macarrão”. Quando ele terminou de comer, eu levei um doce de chocolate para ele e olhos dele brilharam. Fui limpar outras mesas e pouco tempo depois ele veio correndo para me agradecer e dizer que estava uma delícia. Me deu um abraço e em seguida os pais deles vieram me agradecer também pela atenção e gentileza.
Adorava quando atendia os brasileiros e eles ficavam mega felizes de ter alguém falando português. Com os grupos de adolescentes era uma festa, até foto eles pediam. Foi muito especial quando atendi um grupo da minha cidade. E não posso esquecer o meu último dia na Disney, o qual eu e meus amigos fomos aos quatro parques da Disney em um único dia, e assisti pela última vez o Wishes. Foi emocionante e só saímos de lá quando o parque já estava vazio.
Viva Disney e Orlando: Como funciona o processo e qual foi o seu trabalho?
Jorge Barroso: As inscrições começam geralmente no mês de abril, e até então, a empresa que representa a Disney no Brasil é a STB. É possível ter informações sobre o processo de seleção para o Disney’s Exchange College Program acessando o site ou ligando para a STB. Mas basicamente você precisa assistir a uma palestra e ser entrevistado (em inglês) pela equipe da STB. Se você for aprovado nessa entrevista, você será chamado para a segunda fase da seleção. Na segunda fase você assiste a uma nova palestra e passa por uma entrevista novamente, mas dessa vez você será entrevistado por um recrutador da própria Disney.
Caso você seja aprovado na segunda fase, chega um e-mail com a sua oferta de trabalho e pronto, você já está quase lá. Vem a fase de documentação, visto e pagamento de taxas. Existem diferentes datas de embarque, mas elas geralmente acontecem nos meses de novembro e dezembro.
Oficialmente eu trabalhei como Quick Service no restaurante Pizzafari que fica no parque Animal Kingdom. Mas eu também trabalhei como PAC (Parade Audience Control) no Magic Kindgom, que são aqueles Cast Members que ajudam a organizar o fluxo de pessoas no parque para que as paradas aconteçam.
Viva Disney e Orlando: Para finalizar, uma dica para quem quer viver essa experiência?
Jorge Barroso: A melhor dica é: apenas vá! Se você é um dos sortudos que são aprovados e pode ter essa experiência não pense duas vezes. O medo é normal e nem sempre é possível trabalhar no parque ou função que a gente deseja, mas isso é muito pequeno na frente dos pontos positivos. Você irá fazer novos melhores amigos de infância em todo o Brasil, conhecer gente de todos os lugares do mundo (hoje eu tenho contato até com gente da China!), se divertir nos parques quando estiver de folga, comprar com desconto de Cast Member... E a minha mais importante conclusão é que eu tive que ir para a Disney para crescer. Você volta mais confiante, cabeça aberta ao novo e com vontade de ganhar o mundo!
Acompanhe todo o processo através do grupo no Facebook (digita: Futuros Cast Members), leia blogs, veja vídeos... Enfim, se prepare para a entrevista. Todo esforço vai valer a pena.
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O processo seletivo para trabalhar na Disney é intermediado pela STB e composto por duas palestras e duas entrevistas.